O estado das coisas.


Nestes dias, transitados de confusões pelo desvanecimento dos valores sociopolíticos, éticos e "morais" do mundo capitalista liberal moderno, na sua passagem à versão pós moderna neoliberal, nos sugere destacar nossas preocupações, as Neuroses  do "Presentismo" que vislumbram profundas transformações na funcionalidade do estado e suas estruturas, sem alternativas críticas notadas a visão pragmática do capitalismo.
O produtivismo neoliberal reafirmando a coerência ideológica histórica do capitalismo,  em grande escala, com sua Hidra globalizadora, que vai se impondo regulada pelo paradigma da financeirização hegemônica, como uma sentença "Divina". Esta sentença produz uma conotação mais acentuada nas regiões planetárias subdesenvolvidas, social e tecnologicamente, anunciando uma visível falência das estruturas do estado liberal e suas "Democracias".
Neste caso, tomaremos o Brasil, o qual considero a neuro central reguladora do sistema econômico regional, contando com uma história de fragilidades notórias na suas estruturas de resolução "Democráticas" e seus efeitos socioeconômicos. As condições permeáveis do estado Brasileiro, o que não é por acaso, nem exclusivo no mapa dos países da região, permite um trânsito mais acelerado destas transformações, a partir das fragilidades anteriormente mencionadas derivadas das carências experimentais e contínuas da "Democracia" liberal e seus desdobramentos socioculturais, reproduzindo a permanente presença do centenário colonizador. Com esta opinião, não estamos desconhecendo nem desrespeitando os grandes esforços dos setores intelectuais, organizações sociais, políticas, de extração étnicas, que desde suas interpretações provocaram contraposições e heroicos atos de resistência, convocantes através da história, a reflexão sobre o imperativo dominante. Esta simples exposta, tenta dar pé de substantividade na lógica sequencial desta opinião, referente ao processo vivenciado nos últimos tempos. Desde minha subjetividade comprometida com o pensamento  empírico materialista e na obcecada procura das origens do "Estado das Coisas", com suas influências notáveis na evolução da sociedade humana e seu habitat. O Brasil, refletivamente, tem sido um território  onde puderam e podemos testemunhar na sua história, as diferentes mutações desde o medievo eurocentrista, superados na suas matrizes em tempos distantes e ainda com ressábio presente no Brasil de hoje.
Se nos auxiliamos desde a teses filosófica do antropocentrismo de Feuerbach, nos assiste o permanente choque da ordem civilizatória com as remanescências étnicas e originais no coração dos territórios amazônicos, símbolos viventes das últimas racionalidades integradas a consciência do bem natural da biodiversidade, num desigual combate, como sempre foi, mas agora contra as tecnologias Neoliberais. As Abelhas de Mendeville não terão "piedade" por eles, as quais transformadas na sociedade de consumo, interpretada desde o conceito da antropofagia de Lacan, devoraram até os últimos vestígios de suas infâncias e memórias existenciais. Este ato de irracionalidade poderia ser vinculado ao estado atual do "Presentismo" comumente interpretado como imediatismo,  que pode ser tomado como um transtorno neurótico "psico-viral", provocado pelo sistema da tecnologia mediática, que logra reduzir a importância do passado e do futuro, diante a presença de um "Desejo" induzido pelo mercado da "Felicidade"efêmera. Este Vírus, permeador da consciência racional, também tem as propriedades de relativizar conflitivamente os valores éticos e morais adquiridos pela colmeia, impondo a lógica subjetiva, em harmonia com os interesses dos poderes subjugantes. 
Não obstante, por dentro da colmeia, nesta realidade a imobilidade dos setores populares, órfãos pelo enfraquecimento e a vulgarização sistêmica das simbologias aglutinadoras de consciência crítica, reproduzem no seu voo concêntrico aos poderes, em prol da sustabilidade institucional, as mais variadas ofertas no mercado das prateleiras eleitoreiras, cientes que a "Democracia" que os submete a opressão, encontra-se num  estado de decomposição fétida, incapaz de gerar esperanças e superar os vícios históricos contaminantes.
O que a cada dia vai ficando mais claro é que o paradigma do sujeito crítico revolucionário foi fragmentado, sofrendo a alteração da essência interpretativa por parte de setores que não alcançaram a completar a consciência do caráter histórico transformador, ficando expostos ao sequestro e a alienação para ser devolvidos ao cenário sócio politico na figura de um crítico reformista da colmeia liberal, esvaziado de conceitos transformadores e sem coragem para a recuperação dos mesmos.
Se por um acaso possível eles tiverem a oportunidade de conduzir os destinos futuros da colmeia, deverão certamente estar claros que se não descumprir a "Sentença" será o começo de uma longa viagem pelo "calvário" do olvido da luta popular classista.    
     















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