Na contra mão da infesta.




O pensamento Libertário e suas interpretações ideológicas provenientes dos pensamentos filosóficos, desde seus albores, transitou a contra mão das ordens estabelecidas pelos poderes hegemônicos, na procura da consciência emancipatória das sociedades oprimidas e exploradas. O Princípio de Liberdade esgrimido diante os princípios de Autoridade constituídos a partir da ordem existencial, anteriores ao estado Burgues Capitalista e o posterior desenvolvimento deste sistema com suas mutações "irracionais" alienantes, tem conseguido, no presente século XXI, nos demostrar a distância que nos separa da justiça social, ecológica e a emancipação existencial. A profundidade do enraizamento desta linha de pensamento avança inversamente proporcional ao sentido da lógica opressora, que puxa as massas no seu cada passo rumo as profundidades da "Caverna" (Platão), deixando mais visível o portal de saída na mão de Bakunin, expressada em suas manifestações sobre Federalismo, socialismo e anti-teologismo:

                                                                          (material referencia),

                                ( https://uniaoanarquista.files.wordpress.com/2012/09/sc3a9rie_ba-fsat.pdf) .



Este texto pressupõe me expressar numa ação de resistência diante um estado de consciência  existencial depressiva, provocado pelas evidências objetivas observadas por dentro do alcance das relações comunicacionais (Redes e mídias) oficiais e alternativas que vão se vinculando no dia a dia da prática da ação vivenciada, de forma permanente no universo da sofrida retaguarda, consciente ou não da classe oprimida."O que devo fazer?" estendido ao "Que devemos fazer ?", uma questão "Moral" que nos compromete a releitura dos princípios doutrinários comprometidos com ação direta sobre o campo dialético do materialismo social, o que se manifesta na resistência constante, combatendo a dinâmica da tecnologia dominante de imprevisíveis conotações. Um cenário de "Rio revolto, ganhança de pescadores" onde a objetividade pragmática do "Poseidon" neoliberal criador dos modelos econômicos de efeitos tsunami, atingem profundamente nossas economias subdesenvolvidas e o comportamental social em massa. O auxílio a esta transformação vem se dando através de intelectuais pós-modernos interatuando com o consumismo produtivista, estimulando os falsos paradigmas do "bem estar feliz", em um descompromisso, com o bem comum e o sentimento coletivista, trabalho este direcionado a desconstrução das simbologias ideológicas críticas. O que nos deixa de frente a um sujeito social distante e desconhecido. Quadro em que se pode observar em profundidade a função fragmentadora e criminalizante, nos distanciando ainda mais da compreensão do Princípio de Liberdade desvirtuada na confusão pelo poder individual do desejo consumista, que é oportunizada pelos setores políticos conservadores e reformistas, na suas promessas sedutoras e programas de acensão ao poder, o que garante e reforça o livre trânsito hegemônico do objeto da alienação popular.
Situação esta que agudiza o debate crítico do "Que devemos fazer" e nos expõe a fragmentação diante  diversas interpretativas, as que em alguns dos casos  se apresenta como "iluminismo" dogmático, que a nada ajuda no fortalecimento da resistência e se converte em referência facilitadora do desenvolvimento da fragilidade presencial, fato presente exposto nos territórios ávidos de respostas lógicas, relacionadas a suas misérias e aos eventos trágicos presentes  no dia a dia de suas vidas.     
A agonia que nos permeia o racional da evolução ideológica adquirida, inevitavelmente baixo o fogo das pressões e contradições permanentes, provocadas pela cultura dominante sobre as necessidades vitais, nos planteia muitas dúvidas em respeito ao alcance da força contaminante sobre a construção do sujeito libertário e suas organizações, diante a carência prática, quero dizer de carne e osso, nos pontos referenciais, onde a crise se instala com mais força, destrutiva e terminal.
Em outras palavras, quanto maior a distância do intercâmbio de saberes com as massas desprovidas dos conhecimentos críticos emancipatórios, mais demorada será a organização dos elementos exemplares revoltantes, intrínsecos no seus presentes e memórias alienadas pela diversidade do imediatismo consumista e o idealismo espiritual.

Depois de declarada a necessidade autocrítica, tentaremos agregar a este texto a visão ideológica, tomando o Estado como figura repressiva desde seus princípios liberais como República, incluindo suas falsas Democracias. Porque o consideramos  repressivo com severa afirmação? A partir de agora partiremos opinando desde nossa territorialidade Latino-americana, como continente colonizado. Repressivo a partir de suas origens, fundado sobre o extermínio originário executado pelo colonizador, prosseguido da figura do sequestro territorial cultural das nações milenárias destas terras, crime que abrange os contingentes da África em estado de escravidão e migração forçada aos limites intrusivos baixo a tutela permanente de Estado Político Militar, implacável guardião dos interesses dominantes. O qual nos permite agregar, até os dias de hoje, a falsidade do sistema "representativo Burguês e sua Democracia" que carrega em sua história uma nutrida e nefasta história do absolutismo monárquico eurocentrista. A Autodeterminação territorial cultural, social e econômica, um direito excluído de fato, pelo sistema hegemônico dominante e camuflado pelos setores reformistas da esquerda institucional, num reconhecimento sem programas de ação reparativa do direito, que adquire o formato de reserva especulativa,  até que o capital chame a desapropriação do território, exemplo recente das populações Xingus. Mas não tomaremos este exemplo como o todo da problemática e sim a ausência deste ato reivindicativo como parte fundamental da Democracia, diante um princípio colonizador estável e culturalizado, o que comprova a dimensão do alinhamento amnésico dos setores da esquerda reformista, submissa as estruturas liberais. O aqui expressado até agora,  ao parecer, seria algo ultrapassado e estéril, como se fosse uma visão forçada e fora do contexto, procurando crítica pela crítica, sem fundamentos relevantes para melhorar o presente, baixo a imposta da figura do estado republicano Burguês e suas "democracias". Mas é tudo o contrário, de forma real se aponta objetivamente alterar o rumo da política do acomodo institucional, reivindicando o  Federalismo Libertário como figura abolicionista da propriedade privada e propulsora da Democracia direta, máxima expressão do  Poder popular, sem oprimidos, nem opressores. É totalmente enganoso e perverso falar de Democracia, se os componentes das sociedades  históricas foram e são  privados unilateralmente de exercer seus direitos territoriais culturais (Originários, Quilombolas).
É enganoso e perverso falar de Democracia, sem a participação direta da força produtiva (Trabalhador) rural e urbana, decidindo sobre os métodos, objetivos do produto e distribuição das economias geradas por ele.
É totalmente enganoso e perverso, a não participação da novas gerações nos programas educativos, como artífices de sua própria formação sócio intelectual, que respeite suas raízes culturais e inclinações naturais, sem a coerção da estandardização do conhecimento por algum sistema imposto.
É totalmente enganoso e perverso, falar de Democracia com uma equidade de gênero dependurada de uma lei, em que o primeiro em desobedecer é o principio intrínseco na autoridade Patriarcal do estado e sua vocação cristã.
Então cabe a pergunta: Esta é a democracia que defendemos estrategicamente, obedecendo e nos negando o direito a desobediência, como resposta urgente e necessária a corrupção e o neoliberalismo genocida?



                                                             
                                                    
                                                                                
                                                                                    Vem a luta vem.

 
   


 







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