Brasil pelo "Vale de Baca" e sem Spartacus.


De forma incontestável a expansão cultural  das matrizes colonizadoras no começo de sua idade moderna, ainda com fortes traços medievais, foi o começo do desembarco civilizatório nas Américas e a posterior instalação do capitalismo com suas economias ocidentais. Neste caso, Brasil fim do século XX- começo do XXI, foi deixando os pensamentos anticolonialistas e revolucionários afastar-se do vínculo  ativo das grandes massas oprimidas, as quais ficaram expostas aos extremos da capacidade racional identitária e evolutiva de suas memórias ancestrais, as que optaram na sua necessidade do equilíbrio existencial por peregrinar pela "versão Cristã  do Vale das Lágrimas".O "Salve Rainha", século XXI, imutavelmente, continua acompanhando o trânsito na reafirmação do sistema Patriarcal, por parte da dissimulação oratória da "Pobreza" com o argumento da "Misericórdia Divina" desde os máximos poderes políticos eclesiasticísticos, que se encontram bem distantes de assumir e reconhecer  a ação reparativa das tragédias provocadas pelo seu "Deus" onipotente.
No entanto, as teses críticas anticapitalistas no seu afastamento da práxis no campo popular em prol da solução da complexa equação, se expressam assistidos pelos argumentos fundamentados em seus imaginários ideológicos e filosóficos com a notável influência eurocêntrica, denotando timidamente alguns sinais de procurar na história originária e as remanescências africanas, produto do período da escravatura, um ponto reflexivo que nos permita construir uma proposta de confronto na valorização das sociedades oprimidas, respeitando e potencializando as experiências com memórias de resistências provenientes de suas origens culturais comunitárias, que apontem a ruptura com as estruturas de alienação sistêmicas.
Em outras palavras, o conceito da Democracia e do Estado, para as esquerdas participantes da institucionalidade, não conseguiu sair da extensão da história do "Velho Mundo" colonizador, que se tornou a única vertente do alimento político intelectual. Ao exposto, podemos agregar um elemento sólido para a sustentabilidade da crítica, partindo do modelo do estado que se autoproclama "Nação", com a ausência do questionamento e aceitação destes setores, baixo a evidência conciliatória e cúmplice das trágicas histórias reais das verdadeiras Nações sequestradas e privadas do percurso histórico de sua Autodeterminação político cultural pelas fronteiras do Estado colonizador.   
O "Jesus" "Nórdico" segue se reencarnando na imagem do populismo político "representativo", na simbologia do"Redentor", que no presente se ergue como método eutanásico diante o anunciado Neoliberal "pós moderno"do "Fim das Utopias", fortalecendo o consumismo econômico e existencial na figura da "Caridade" e o assistencialismo como um sistema retroalimentador, contínuo da máquina que produz o extermínio "Dantesco", com sensação de um "Bem estar feliz".
De maneira simples metafórica podemos nos aproximar ao pensamento de Feuerbach, que nos permite um paralelo do sequestro e devolução do "ser" pelo "Deus Cristão".
Neste caso, o Capitalismo em estado de alienação na imagem  de um "livre alvedrio" com seus efeitos de "Síndrome de Estocolmo" desprovido da racionalidade do pensamento crítico pela Liberdade e se vangloriando de seu"Antropocentrismo"suicida (alusivo a farsa da Democracia Burguesa).
A profundidade do enraizamento do idealismo, num planeta de recursos finitos, ao que parece, dá sinais preocupantes para as novas e futuras gerações como parte da biodiversidade planetária, que chegarão a vida baixo a espada de "Dâmocles", como um elemento perturbador e castrante da plenitude existencial e biológica, que de fato já esta presente na vida de setores das sociedades sem completar o grau de consciência crítica.
Neste ponto é donde nos encontramos de frente a teoria de Malthus, como exemplo entre outros, e sua "Progressão geométrica" que encontra eco na irracionalidade do produtivismo capitalista e suas tecnologias, atingindo de forma direta o mundo colonizado, "subdesenvolvido" tecnologicamente e sua diversidade étnica.
A infâmia, colocada por setores xenofóbicos, fundamentada nesta aberrante e inumana teses, omite deliberadamente desde suas ideologias "apartheid"
e genocidas de orientações Neofascistas, os efeitos do sistema produtivo exploratório e das nefastas consequências sobre o habitat planetário, apontando o extermínio racial como solução a crise da irracionalidade antropocêntrica, como uma insana deformação da teoria Darwinista da evolução e seleção natural das espécies.
Nesta expressão, quero demostrar uma vez mais o enraizamento desta fatal alienação como negação da essência humana do mundo "Civilizado" no todo do universo, se confrontando fatalmente com as remanescências culturais originárias, últimas trincheiras da resistência racional da biodiversidade.
Tudo indica, que na modernidade de Baumam, será o apígeo dos ídolos de pé de barro, estimulando o consumismo individualista, retrasando o confronto de classe com sua  política de mercado indecente e conciliatória, manipulando as esperanças, as misérias, as especulações, tal como se nos tratássemos gladiadores do Coliseu Romano nas areias do Estado Burguês, na reprodução e ostentação do "Poder Divino" decidindo sobre a vida e a morte.
Não obstante, se partimos destas realidades presentes e suas perspectivas próximas, não alcança vislumbrar tendências alentadoras, nem desde uma ótica superficial que nos permita nos estimular na construção de teses e práxis capazes de tentar permear a epiderme sistêmica e nos encoraje a libertar do cativeiro a essência desconhecida de nossa humanidade emancipada.


 








 

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