Aqui no se rinde nadie Carajo


Tese Economia Mínima


Economia, que é a economia? Na minha compreensão economia é o ponto inevitável no relacionamento do ser com seu entorno socioambiental, determinante para sua sobrevivência ou  qualidade de vida.
O ser primitivo desenvolvia esta atividade partindo da urgência vital de sua existência  nas ações da caça, pesca e recolecção de frutos silvestres.
No processo evolutivo de sua compreensão racional e na observação do meio ambiente, seguindo seus ciclos procreativos, começa a praticar a agricultura e a domesticação de animais. Este período da humanidade teve a notável influência das estáveis ou variáveis climáticas que contribuem no desenvolvimento e no enraizamento de culturas socioeconômicas, com umas mais aceleradas que outras, muitas das quais  se mantiverem por mais tempo em trânsito migratório, na procura de melhores condições do bem estar.Em casos excepcionais sociedades de regiões afastadas do trânsito civilizatório e com abundantes riquezas naturais subsistirão até os dias próximos, em estado de economias primitivas.
Com o exposto não pretendo entrar num debate de antropologia econômica no qual não me assistem os conhecimentos necessários para desenvolver.
Mas sim, vou tentar colaborar no universo das alternativas de resistências  contrárias a cultura economicista globalizada, presente no dia a dia de nossas vidas.
Os valores econômicos estabelecidos pelo sistema "imposto" do Capitalismo sobre a sociedade humana partem de forma absoluta da exploração físico intelectual da mesma, com o agravante da exploração catastrófica do habitat natural. Vivemos em um mundo submetido a categorias econômicas controladas a partir da necessidade dos eventos sistêmicos, o qual denominei como "Economia Máxima". A alienação das massas gira em torno de um circuito retroalimentador em órbita gravitacional da matriz geradora, onde a proximidade neste comparativo ao núcleo contará com maiores "benefícios" e vice-versa. Esta retroalimentação dinâmica é constituída integralmente pelos setores do conhecimento das ciências tecnológicas, políticas e intelectuais, prosseguindo nas suas variáveis econômicas até os setores mais afastados do núcleo em questão.
O desafio é romper com esse campo de força, com praticas capazes de resistir, desconstruindo o economicismo político e consumista em todas as frentes possíveis, refletindo a partir da ética do pensamento racional e suas necessidades em tempo real do biológico e existencial.
O objetivo desta proposta aponta diretamente a redução dos padrões estabelecidos pela "Economia Máxima", desde o necessário e possível até o inevitável, o que denominei "Economia Mínima".
Tomaremos três áreas retroalimentadoras do sistema de forma contínua em nossas sociedades: Produção, comercialização e consumo.
O modelo capitalista se fundamenta na produção máxima, fazendo uso da alienação permanente sobre as massas, as quais reproduzem de forma  competitiva o modelo imposto desde seus extratos sociais em prol da ascensão a falsa qualidade de vida,ponto crítico das contradições humanas e de futuro incerto.
Este estado de alienação, é a ferramenta fundamental que impulsa as pessoas a vender sua força de trabalho física e intelectual em todos os estratos socioeconômicos, além de ser consciente ou não de se converter em parte do tecido retroalimentador do núcleo sistêmico.Ao parecer este paradigma do Capitalismo de exploração assalariada,mão de obra escrava, começa a dar sinais a partir da versão Neoliberal de um agravamento das contradições, que estimulam a aplicação de tecnologias apontando a eliminação da força de trabalho humano, e  a exploração das matérias primas,acelerando a degradação ambiental com o fim na redução de custos exigida na competitividade dos mercados de comercialização e consumo. Esta política de competição imposta no cenário do capitalismo desconsidera o fator humano e eco ambiental até no resultado de qualidade do produto proposto ao consumidor, o qual vem a criar campos de dependência em uma linha ascendente da retroalimentação da máquina capitalista. Como por exemplo, na atualidade dentro da produção tecnológica, da obsolescência programada.
A simplicidade deste quadro de complexas ramificações e resultados totalmente adversos ao desenvolvimento humano e a preservação do ecossistema conta com o suporte das estruturas dos estados, principais sócios reguladores que garantem o modelo econômico interno nos mesmos padrões em prol do economicismo globalizado.
 A tese "Economia Mínima" se identifica dentro do marco do possível como uma ação direta socioeconômica, partindo do fundamento político da consciência autogestionária capaz de reduzir e combater o avanço do pensamento da cultura sistêmica até nossas próprias contradições de vida. A Autogestão como ideologia socioeconômica é um sonho bem distante de nossas realidades, pelo qual a estas ações diretas podemos denominar "Práticas Autogestionárias".
Os conhecimentos adquiridos em harmonia junto a força de trabalho coletivo, em prol do bem comum, podem se constituir em ferramentas de forte consistência na luta pela autodeterminação,atualização e resgate dos princípios da Democracia direta, referencial de resistência legitimo e demostrativo do poder popular e seus potenciais alternativos.

Proposta Economia Mínima – Território Orquídea

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Autoprogramas de conscientização socioeconômica

Neste seguimento, a proposta tomará como referência as camadas sociais de explorados e "excluídos" em situações de alienação profunda, agravada pelos graus de baixo conhecimentos educacionais, questão de alta complexidade e de densas contradições.
Estas massas populacionais, na sua grande maioria, habitam em territórios de irregularidade fundiária, com carência de urbanização e serviços públicos essenciais (água, luz, esgoto), atendimento precário em saúde, escolas nas mesmas condições e transporte público irregular, transformando estas áreas em índice de alta insegurança, onde predomina a violência. O histórico destas populações provenientes de várias regiões, quase sempre em reiterado estado de nomadismo forçado, dificulta ainda mais a capacidade de compreensão de seus valores e objetivos ao ter desconstituído neste trágico trânsito pela sobrevivência suas raízes identitárias ou não tiveram a oportunidade de conhecer.
Diante desta realidade, nós prognosticamos uma árdua e paciente tarefa na reconstrução do tecido social, na recopilação de vivências e memórias mínimas coletivas capazes de se adaptar a um novo território com pretensões "arquétipas" para suas futuras gerações.
De frente a esta diversificada composição comportamental e compreensiva no contato com um elemento estranho e longe dos padrões históricos assistencialistas, se ergue o sentido da autodefesa, justificado na desconfiança apoiada em suas memórias com um imaginário conspirativo para não ser usado novamente em função de outros interesses.
 Destes transtornos sociais nasceram as metodologias estritamente participativas na deliberação e toma de responsabilidades excepcionalmente desde o individual ao coletivo, se submetendo em ambas instâncias ao círculo superior da grande assembleia comunitária.
Em outras palavras, a confiança como pedra fundamental inalienável, alumiando qual farol na longa estrada até a Autodeterminação, rumo a autonomia socioeconômica popular e autogestionária.
A Democracia direta como paradigma essencial da recuperação e manutenção permanente da saúde do corpo social, produzindo os antis sistemas necessários para resistir a contaminação implacável da cultura economicista Neoliberal, terá que ser a ferramenta catalisadora desse processo de transformação.
O fortalecimento da autoestima, saqueada pelos estereótipos sistêmicos, contaminantes pandêmicos de efeitos discriminantes e preconceituosos deverão ser combatidos com persistente profundidade na valorização integral nas atitudes, ações e conhecimentos adquiridos até as mais simples expressões, tanto como o estímulo a autovalorização dos sinais étnicos, a equidade de gênero, o respeito às condições etárias e as deficiências físico intelectuais.
Partindo destas observações e dos conceitos vertidos, abriremos os portões do universo da lógica instalada com seus absurdos, métodos e efeitos lesa humanidade, os quais muitos deles se aderiram inconscientemente a composição de nossa consciência como parte natural da vida.

Introdução ao debate:














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